quinta-feira, 19 de junho de 2025

VOCÊ PODE COMEÇAR A MUDANÇA SEM SAIR DO LUGAR

Você já se sentiu paralisado diante da bagunça? Como se a desordem externa fosse o reflexo de algo mais profundo que você não consegue organizar por dentro? Talvez a sua casa esteja cheia de objetos, papéis, lembranças, ideias inacabadas e intenções não cumpridas. Você olha para tudo isso e sente um peso. Um incômodo. Um desejo sincero de mudar, mas sem saber por onde começar. E então, em vez de agir, você se culpa. Mas e se o problema não for a bagunça em si, e sim o que você acredita sobre ela?

Uma pessoa me contou certa vez: “Sou totalmente desorganizada. Minha casa está cheia de coisas que amo, de projetos que comecei e nunca terminei. Quando tento organizar, fico exausta só de olhar. Já marquei dias para limpar tudo, mas só de começar, me sinto soterrada. Não consigo jogar nada fora, fico com medo de me arrepender depois. E ninguém pode me ajudar porque só eu sei o que cada coisa significa.” Esse relato revela mais do que uma dificuldade prática. Fala de uma desconexão emocional com o próprio bem-estar.

A desordem fora é o espelho da confusão dentro. E o primeiro passo para transformar isso não é arrumar a casa, mas aliviar o coração. O que mantém a bagunça não é a quantidade de coisas, mas os pensamentos repetitivos de que você não dá conta, de que já é tarde demais, de que nunca vai mudar. Esse ciclo alimenta a paralisação. E quanto mais você se julga, mais distante fica da solução. Mas existe outro caminho. Um mais leve. Um caminho que começa sem caixas, sem sacolas, sem vassouras — começa com uma simples escolha de pensamento.

Você não precisa organizar tudo de uma vez. E nem precisa jogar nada fora agora. Só precisa mudar a forma como fala consigo mesmo. Em vez de pensar “sou um desastre”, experimente dizer: “Estou cercado por coisas que em algum momento fizeram sentido para mim.” Essa frase, embora simples, já muda a sua vibração. E quando você muda a vibração, o impulso para agir chega com mais suavidade. Ideias começam a surgir. Ânimo retorna. Clareza aparece. Tudo sem esforço forçado.

Você pode começar dizendo: “Eu não sou uma bagunça. Eu sou alguém cheio de interesses.” Pode repetir: “É normal acumular coisas quando estamos explorando o que amamos.” E seguir com: “Não preciso resolver tudo agora. Posso dar um passo por vez.” Percebe? Cada novo pensamento é uma pequena faxina na sua mente. E uma mente mais leve convida o corpo a se mover com mais leveza também.

Talvez você não perceba, mas esse pequeno alívio já é organização vibracional. É como se, por dentro, você começasse a empilhar o que faz sentido, descartar o que não serve mais, abrir espaço para o novo. Mesmo que sua sala ainda esteja cheia de objetos, você já começou a transformação onde realmente importa: na energia que sustenta tudo.

Culpar-se por ser desorganizado é como tentar limpar a casa jogando mais sujeira no chão. Quando você se trata com carinho, seu corpo responde. Sua criatividade responde. Sua casa responde. Organizar não é apenas um ato físico — é uma dança entre como você se sente e o espaço que ocupa. E, às vezes, o primeiro movimento dessa dança é apenas respirar fundo e dizer: “Está tudo bem. Eu posso começar do jeito que der.”

E se no meio do processo, você parar? Tudo bem. Não é um retrocesso, é uma pausa. Você não precisa ser perfeito, só precisa ser gentil consigo. Pode colocar uma música, acender uma vela, organizar só uma gaveta. Pode escrever num caderno: “Hoje fiz um pouco mais do que ontem.” E isso já é progresso. Isso já é fluxo.

Você não está enterrado. Está apenas cercado por partes de si mesmo que ainda não foram reorganizadas. E ao voltar a se tratar com leveza, você redescobre o prazer de viver em um espaço que reflete quem você é hoje — não quem você foi, nem quem sente que deveria ser. A organização começa quando você se alinha com o seu bem-estar. Todo o resto vem depois, naturalmente.

A bagunça não te define. Ela só te chama de volta para si. E quando você responde com amor, ela começa a se dissolver, devagar, sem pressão. Porque o que você está buscando nunca foi uma casa perfeita, mas a sensação de estar bem onde está. E isso já está ao seu alcance. Aqui mesmo, agora mesmo.

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