Nem sempre o motivo do cansaço está na tarefa em si. Às vezes, a exaustão vem do que sentimos enquanto fazemos o que fazemos. Uma mulher contou: “Estou há menos de um ano nessa empresa e faço um bom trabalho. É uma empresa pequena, familiar, com uns vinte funcionários. Apesar de ser o mais novo membro da equipe, sou rápido, eficiente e gosto do que faço. Mas tem uma coisa que me incomoda: percebo que muita gente ali faz bem menos do que poderia. Pior que isso, sinto que eles me olham com desconfiança por dar o meu melhor. Como se eu estivesse levantando um padrão que eles não querem alcançar.” Ela se vê alvo de pequenas provocações, sutilmente empurrada para fazer as tarefas menos agradáveis. E começa a se perguntar: será que deveria sair?
Essa dúvida é legítima. Mas, antes de decidir se vai ou fica, vale olhar mais fundo. O padrão se repete: já esteve em outros empregos com a mesma sensação de injustiça, de sobrecarga, de ser deslocada por fazer bem feito. E toda vez que muda de ambiente, a mesma situação volta a acontecer com novos rostos. Isso não é azar — é vibração. Quando você foca no que te incomoda, mesmo sem perceber, leva essa frequência com você. E ela acaba atraindo experiências semelhantes, como se o universo estivesse respondendo: “Entendi, você quer sentir isso de novo.”
A boa notícia é que isso também funciona ao contrário. Sempre que você observa algo que não gosta, você envia um desejo silencioso ao universo. Um desejo por algo melhor. Mais justo. Mais fluido. Mais leve. O problema é que, em vez de se alinhar com esse desejo, muitas vezes você continua olhando para o que te frustra. E essa diferença entre o que você quer e o que você foca é o que gera o sofrimento.
Não é preciso fingir que está tudo bem. Você pode reconhecer o incômodo, mas sem mergulhar nele. Pode dizer: “Estou vendo algo que me incomoda e, por isso mesmo, estou me tornando mais clara sobre o que quero.” Isso já muda sua frequência. E quando a frequência muda, as ideias mudam. As oportunidades aparecem. O ambiente responde.
Talvez você não precise sair agora. Talvez o seu trabalho seja realinhar sua visão sobre onde está. Pode pensar: “Tenho liberdade de agir.” Ou: “Eu escolho me envolver nas atividades que me estimulam.” Pode repetir: “O que os outros fazem ou deixam de fazer não define meu valor.” Porque não define mesmo. E quando você para de lutar contra o comportamento alheio, você retoma o controle sobre seu bem-estar.
Não é seu papel vigiar o desempenho dos colegas. Nem provar para ninguém que você merece estar ali. Seu papel é cuidar da sua vibração. E quando você vibra leveza, até o ambiente mais hostil se torna mais tolerável. As pessoas sentem a sua presença segura e, pouco a pouco, se ajustam. O que era resistência vira respeito. O que era frustração vira neutralidade. E, às vezes, até parceria.
Você pode escolher novos pensamentos. “Estou construindo a experiência profissional que desejo.” “Cada dia aqui me ajuda a definir melhor o que quero viver.” “A mudança que busco começa dentro de mim.” Pensamentos assim não apagam a realidade, mas reorientam sua energia. E com a energia certa, você começa a atrair as situações certas.
Não é sobre aceitar tudo passivamente. É sobre escolher onde colocar seu foco. Você pode ver o trabalho como um castigo ou como um degrau. Pode ver seus colegas como inimigos ou como espelhos. Pode ver esse momento como uma prisão ou como uma ponte. Tudo depende do que você escolhe pensar a respeito.
Você não precisa decidir agora se vai sair ou ficar. Precisa apenas decidir o que sente quando pensa nisso. E se conseguir encontrar alívio, mesmo que pequeno, estará dando o primeiro passo para transformar essa experiência — por dentro e por fora. Porque o trabalho mais importante que você tem não está na sua função. Está na sua vibração. E ela, sim, muda tudo.