A maioria das pessoas pensa que
praticar yoga é fazer posturas físicas complicadas e difíceis. Mas as posturas
psicofísicas (asanas) são apenas um passo da Filosofia e Ética do Yoga.
A Bhagavad Gita, a escritura
essencial do Yoga, um dos tesouros espirituais do mundo dá três definições do
Yoga:
“Yoga é equilíbrio da mente”.
“Yoga é habilidade na ação”.
“Yoga é romper a união com a dor”.
Equilíbrio da mente é Yoga
Primeira definição: “Equilíbrio
da mente é Yoga”. Quando se desapega dos sentimentos e das ações negativas, das
emoções descontroladas, das ilusões, você está se estabelecendo no Yoga. Está
em um processo de reestruturação, criando um alicerce sólido, não permitindo
que os acontecimentos externos afetem sua estabilidade interna.
Para alcançar esse equilíbrio é
necessário desenvolver a perseverança, a constância, a determinação, paciência
e estabilidade. Sem essas qualidades positivas não se consegue realização, nem
a verdadeira felicidade.
Todas as suas ações devem ser
verdadeiras e honestas. Para se alcançar o equilíbrio da mente é muito
importante a vigilância sobre os pensamentos e a prática da meditação por um
período prolongado. É preciso praticar com firmeza e constância, para
estabilizar o que já se alcançou, e assim, suas conquistas internas se tornarão
permanentes.
Yoga é a habilidade na ação
Segunda definição do Yoga: “Yoga
é a habilidade na ação”. É a habilidade de agir com integridade e de se manter
afastado das ações incorretas e más. Parar de apontar os defeitos alheios e de
querer provar que é melhor que as outras pessoas. É libertar-se do orgulho e da
competição. É desenvolver o altruísmo, fazendo as ações não apenas para si
mesmo, mas pensando também no benefício dos outros.
É fazer o bem sem querer receber
em troca o que fez. Parar de fazer cobranças e de querer mudar os outros. É
lutar contra a própria escuridão e defeitos. É mudar a si mesmo, procurando
desenvolver virtudes, mantendo o foco na luz do Ser interior.
Muitas pessoas desejam ajudar ao
próximo, diminuir o sofrimento e a fome, desenvolver boas qualidades, aspiram
pela paz mundial, mas não se esforçam o suficiente. Ficam apenas pensando e não
se comprometem com essas ações.
É necessário motivação, aspiração e comprometimento no
caminho do yoga, na busca da força e paz interior.
Yoga é romper a união com a dor
A terceira definição: “Yoga é romper a união com a dor. É
divorciar-se da dor. Quando você se tornar estável no Yoga, pode cortar a dor
pela raiz. Pode diminuir o sofrimento que é causado pela falta de dinheiro, por
falta de amor, pela baixa auto-estima, pelas perdas.
Segundo as escrituras indianas existem três tipos de
aflições:
1ª - É o sofrimento causado pelo corpo ou pela mente. É
gerado internamente por doenças no corpo e desejos insatisfeitos da mente. É
causado por hábitos errados na alimentação, vida indisciplinada e pelos vícios.
É causado pela busca dos prazeres dos sentidos, que são gratificantes no
início, mas se transformam em dor e doenças.
2ª- É a aflição causada pela natureza, pelos terremotos,
enchentes, seca, clima muito frio ou muito quente. O sofrimento causado por
insetos ou calamidades.
3ª- É o sofrimento causado pelos espíritos e energias
negativas. (É bom purificar o ambiente colocando incenso, cantando e ouvindo
mantras, pedindo paz a todos os seres. Manter a mente positiva também é muito
importante para sintonizar com energias positivas).
O Yoga nos ensina que mesmo havendo sofrimento neste mundo,
podemos ser felizes apesar de tudo. Através das práticas do Yoga, da meditação,
do estudo da Filosofia e Ética do Yoga, do cultivo das virtudes, podemos nos
libertar da dor.
Baba Muktananda, um grande Mestre iogue, ensinou que para aceitar
o sofrimento com gratidão é necessário aprender uma nova linguagem. Ele disse:
“Essa nova linguagem surge quando você sofre muito em sua vida. Aceitar o
sofrimento é suportá-lo com coragem e firmeza; essa é a nova linguagem. É
compreender que seu sofrimento é merecido, aceitá-lo alegremente e tolerá-lo
com coragem”.
Não é achar que é um pecador e merece sofrer. É compreender
que tem de passar por essa dor para purificar-se das impurezas que acumulou. É
deixar de ser vítima. É ser um guerreiro, com fé e força para superar e aceitar
sem revolta, aprendendo e cultivando qualidades divinas como paciência,
humildade, aceitação, firmeza interior.
É praticar os ensinamentos do yoga para se divorciar da dor.
É encarar a dor sem desânimo. É deixar a mente livre do desalento, da
depressão, da ansiedade. É superar com esforço constante e resolução a
turbulência da mente, a incerteza da ação e as três aflições.
Espero que você encontre esse guerreiro dentro de você.
Tenha essa motivação e resolução de alcançar a tranquilidade da mente, a
alegria e força interior. Fique em paz!
Texto: Emilce
Shrividya Starling
Fonte:
http://www2.uol.com.br/vyaestelar/conceitos_yoga.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário