A maioria de nós passa boa parte da vida tentando agradar, se adaptar, se encaixar. Acreditamos que precisamos ser "bons o suficiente", que precisamos merecer amor, reconhecimento, validação. Mas Anita Moorjani nos oferece uma visão radicalmente libertadora: não precisamos nos tornar nada — só lembrar quem realmente somos. Após uma experiência de quase-morte, ela voltou com a certeza de que o amor-próprio não é egoísmo, mas a base da cura verdadeira.
Em seu relato profundo, Anita descreve como a doença surgiu não apenas no corpo, mas em sua alma. Por anos, viveu tentando agradar os outros, ignorando sua própria intuição, se desconectando da sua verdade para cumprir expectativas. O câncer, para ela, foi o grito final do corpo pedindo reconexão. E foi no limite entre a vida e a morte que ela teve clareza: o amor que buscamos fora já vive dentro de nós.
Cura não é apenas física. É reencontro. É o momento em que paramos de fugir de nós mesmos. Segundo Anita, quando nos reconectamos com nossa essência, algo muda em nível vibracional. O corpo responde, a mente se acalma, as emoções se organizam. A vida começa a fluir com mais leveza. Isso não significa que tudo se resolve magicamente, mas que voltamos a ser inteiros — e a integridade interna cura o que estava dividido.
Amar-se de verdade pode parecer simples, mas é revolucionário. Significa parar de se julgar com tanta dureza, deixar de lado a ideia de que há algo errado com você, e começar a viver com mais presença e compaixão. Para Anita, o autoamor não é uma meta a ser conquistada, mas um estado a ser lembrado. É uma decisão diária de honrar o próprio caminho, mesmo quando ele não parece se encaixar no que os outros esperam.
Um exemplo comum é o de pessoas que vivem para agradar — seja a família, o chefe, a sociedade. Marta, por exemplo, sempre foi aquela que dizia "sim" para tudo. Quando seu corpo adoeceu com crises de ansiedade, percebeu que nunca dizia "sim" para si mesma. Inspirada por Anita, começou a fazer escolhas pequenas a partir do coração: recusou convites que não ressoavam, começou a escrever de madrugada, retomou sua voz. A melhora emocional veio antes da cura física. Mas foi o primeiro passo.
Para começar esse caminho de volta, Anita sugere um exercício simples: todos os dias, ao acordar, vá até o espelho, olhe nos seus próprios olhos e diga: “Eu me amo. Eu confio em mim. Eu sou suficiente.” Pode parecer incômodo no início, até desconfortável. Mas aos poucos, essa prática toca o subconsciente e começa a reconstruir a relação mais importante da sua vida — a que você tem consigo mesmo.
Outro exercício poderoso é escutar sua intuição. Em vez de sempre buscar conselhos externos, silencie por alguns minutos e pergunte a si mesmo: “O que eu realmente quero agora?” Depois, apenas ouça. Sem censura. Sem pressa. Às vezes, a resposta vem como um sussurro. Outras, como um alívio no peito. E esse pequeno gesto de escuta é o início do resgate da sua própria alma.
Anita também nos lembra que viver a partir do medo contrai a energia vital. Já viver a partir do amor — amor por si, pela vida, pelos outros — expande tudo. Quando você se liberta da ideia de que precisa se encaixar, começa a se mover com mais verdade. E é nessa frequência que milagres acontecem. Não milagres sobrenaturais, mas aqueles silenciosos e poderosos, como sentir-se inteiro novamente.
Ser autêntico, para Anita, não é apenas dizer o que pensa. É viver em coerência com o que sente. É respeitar seu tempo, sua história, seus limites. É perceber que você não está aqui para provar nada, mas para expressar sua luz única. Quando você se permite ser quem é, sem máscaras nem esforço de agradar, você se reconecta com o fluxo natural da vida.
A espiritualidade, nessa visão, não é uma fuga do mundo, mas um mergulho em si mesmo. É lembrar que, antes de tudo, somos consciência. E que essa consciência é feita de amor, presença e sabedoria. Não importa o que tenha acontecido, o quanto você se desviou ou se esqueceu: você pode voltar. Sempre é tempo de retornar ao centro. Sempre há uma fagulha viva esperando o seu sim.
Então hoje, faça esse gesto por você. Coloque a mão no coração, respire fundo e diga: “Eu sou amado, mesmo sem fazer nada. Eu sou suficiente, apenas por existir.” Deixe que essa verdade ecoe. E mesmo que seja só uma semente, ela vai crescer. Porque quando você começa a se tratar com amor, tudo ao seu redor começa a se reorganizar com amor também.
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