Existe uma força silenciosa que move o mundo, mesmo quando tudo parece ruir: o amor. Para Marianne Williamson, o amor é a única realidade tudo o mais é ilusão. Quando vivemos distantes dessa fonte interior, surgem os medos, os conflitos, os ressentimentos. Mas quando voltamos à origem, ao centro do ser, o amor se revela como uma inteligência viva capaz de curar não apenas nossas dores emocionais, mas também as feridas invisíveis da alma.
O mundo nos ensinou a nos proteger, a competir, a nos defender, como se estivéssemos em constante ameaça. Porém, essa lógica do medo só reforça a separação e a dor. Williamson nos lembra que o medo é apenas a ausência do amor, como a escuridão é a ausência da luz. Não é preciso combater o medo basta acender a luz do amor, e tudo muda. Essa luz começa no olhar que oferecemos a nós mesmos e aos outros.
Perdoar, segundo Marianne, não é esquecer nem justificar. É libertar-se. O perdão é um ato de amor que dissolve os laços com o passado. Enquanto não perdoamos, estamos presos ao outro por correntes invisíveis. Perdoar é dizer: “Eu escolho a paz.” Não significa que a dor não existiu, mas que ela não determina mais quem você é. O perdão, neste sentido, não é um favor que se faz ao outro, mas um presente que damos a nós mesmos.
Imagine uma pessoa que viveu anos presa à mágoa de uma traição. O corpo adoece, os relacionamentos se repetem, o coração se fecha. Um dia, ela lê: “O amor é a condição natural do nosso ser. O que não é amor precisa ser liberado.” E algo se move. Ela começa, devagar, a aceitar que pode soltar aquela história. Percebe que sua identidade vai além da dor. E aos poucos, o peso diminui, o riso volta, e a vida floresce.
Williamson também nos fala sobre o amor incondicional aquele que não exige mudança, perfeição ou aprovação. É o amor que aceita o outro onde ele está, sem julgamento. E, paradoxalmente, é esse amor que mais transforma. Porque amar sem condição é criar um espaço seguro onde o outro pode se revelar e, por fim, se curar. Esse amor começa em casa, dentro de nós, quando paramos de nos punir por não sermos perfeitos.
Um exercício sugerido por Marianne é o da “entrega amorosa”. Feche os olhos, respire fundo e imagine a situação ou pessoa que está te causando dor. Em seguida, diga mentalmente: “Eu te entrego ao amor. Que o amor resolva o que o ego não sabe como curar.” Repita esse gesto por alguns dias. Não espere entender como funcionará. Apenas confie. O amor tem uma inteligência própria, muito além da lógica racional.
Outra prática poderosa é a bênção silenciosa. Quando cruzar com alguém na rua, desejar em pensamento: “Que você seja feliz. Que você se sinta amado. Que você encontre paz.” Essa simples intenção muda a sua vibração e a do ambiente. Segundo Williamson, somos canais do amor divino e, ao abençoar, não apenas curamos os outros, mas também a nós mesmos. A bênção é uma ponte de reconexão com o divino em nós e nos outros.
Marianne afirma que todos os milagres são expressões do amor. E que milagres são mudanças de percepção trocas de medo por amor, de ataque por compaixão, de julgamento por entendimento. O milagre não precisa ser algo espetacular; ele acontece toda vez que escolhemos ver com os olhos do coração. Essa escolha, embora simples, exige prática. Mas com o tempo, torna-se um novo modo de viver.
Um Curso em Milagres, base das ideias de Williamson, diz que “não existe ordem de dificuldade entre os milagres”. Isso significa que curar uma dor antiga ou uma tristeza momentânea requer o mesmo: um retorno sincero ao amor. Não há problema grande demais para o amor resolver. Mas é preciso que deixemos o amor entrar e isso começa com a disposição de mudar a forma como estamos olhando.
Se hoje você sente um peso, uma mágoa, uma tristeza antiga, permita-se um instante de pausa. Pergunte a si mesmo: “Como o amor veria essa situação?” Talvez você descubra que não precisa mais lutar, que pode apenas soltar. Talvez perceba que a resposta que busca não está na mente, mas na entrega. O amor é simples, mas transformador. Ele não exige esforço exige abertura.
Respire. Coloque a mão sobre o coração. E diga para si mesmo: “Eu escolho o amor.” Repita isso por alguns dias. Observe como essa pequena decisão começa a iluminar os cantos escuros da sua alma. Porque o amor, quando permitido, entra em silêncio e faz o que nenhuma lógica pode fazer: cura.
O amor é a nossa casa. É de onde viemos e para onde voltamos. Tudo o que vivemos é apenas o caminho de volta para ele. E, como Marianne Williamson nos lembra, esse caminho começa com um gesto: escolher novamente. Escolher o amor, mesmo diante do medo. Essa é a verdadeira revolução espiritual.
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