Eckhart Tolle ensina que a maioria dos nossos sofrimentos não vem da realidade em si, mas do hábito de resistir ao momento presente. Vivemos presos a arrependimentos do passado ou ansiedades pelo futuro, como se a vida verdadeira estivesse sempre “por vir”. Mas a única coisa que realmente existe é o agora. Tudo o que somos, sentimos, escolhemos e criamos acontece neste instante. O presente não é um caminho para a vida plena ele já é a própria vida.
Estar presente, segundo Tolle, não significa negar o que aconteceu ou fingir que não há planos a fazer. Significa apenas voltar ao corpo, à respiração, à percepção sem julgamento do que está diante de você agora. Quando a mente para de correr, o silêncio se instala. E nesse silêncio, uma inteligência mais profunda emerge. É nesse espaço que você reencontra paz, clareza e intuição. A alma não grita ela sussurra. E só escutamos quando desaceleramos.
O ego, por sua vez, vive no tempo psicológico. Ele precisa de passado e futuro para existir. Se alimenta de histórias, identidades e comparações. “Eu fui traído”, “eu preciso vencer”, “um dia serei feliz” essas frases são produtos do ego, que teme o vazio do agora. Mas Eckhart Tolle nos lembra: o agora nunca é insuportável o que é insuportável é o pensamento que resiste a ele. Aceitar o momento presente, mesmo que imperfeito, é o começo da liberdade.
Um exemplo claro disso é uma pessoa que está vivendo um luto. A mente quer entender, controlar, antecipar o que virá. Mas quando ela para e apenas respira, sente a dor sem resistir, algo se transforma. A dor continua ali, mas se torna habitável. Ela deixa de ser inimiga e se torna parte da travessia. O sofrimento, como dizia Tolle, é necessário até que você perceba que não é mais necessário. E isso só acontece quando você entra no agora com entrega.
Um exercício simples, inspirado nos ensinamentos dele, é a observação consciente da respiração. Sente-se por três minutos. Feche os olhos. Leve a atenção apenas ao ar entrando e saindo do seu corpo. Não tente controlar. Apenas observe. Sempre que a mente quiser te puxar para lembranças ou preocupações, agradeça mentalmente e volte ao ar que entra e sai. Isso não é meditação formal é presença ativa. Praticar isso várias vezes ao dia devolve você ao corpo, ao chão, à vida.
Estar presente não é uma técnica, é um estado de ser. E quanto mais você o pratica, mais ele se torna natural. Você começa a comer com mais consciência, ouvir com mais profundidade, andar com mais leveza. Pequenos gestos do cotidiano ganham alma. Porque a presença tira o automático da vida. E quando a vida deixa de ser automática, ela volta a ser sagrada.
Tolle afirma que a mente é uma ferramenta maravilhosa, mas só quando está a serviço da consciência. Quando a mente domina, viramos escravos dos pensamentos. Mas quando nos tornamos observadores dos pensamentos, descobrimos que não somos eles. Você não é o medo, nem a culpa, nem a expectativa. Você é a consciência que percebe tudo isso passar. E nesse espaço de observação, surge um novo nível de liberdade.
Essa consciência presente não nega a realidade externa, mas transforma sua relação com ela. Um problema não é mais um fardo, é um campo de prática. Uma espera não é mais um castigo, é uma chance de respirar. Um conflito não é mais uma ameaça, é uma oportunidade de escolha consciente. O agora não promete uma vida sem desafios, mas oferece uma nova forma de viver os desafios com presença e paz interior.
Eckhart Tolle nos lembra que tudo o que buscamos já está acessível, mas só pode ser encontrado no agora. A alegria, a clareza, a conexão com algo maior tudo isso é uma experiência que nasce quando você silencia o ruído da mente e apenas está. Quando isso acontece, você sente uma paz que não depende de nada. E essa paz é a verdade por trás de todos os desejos.
Hoje, respire e se pergunte: “O que está vivo em mim neste exato momento?” Não corrija, não lute, apenas sinta. Entre no agora como quem entra em casa. Tudo o que você precisa para começar de novo está aqui não amanhã, não depois agora.
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